Pérfido Lusitano

quarta-feira, junho 29, 2005

Audaces Fortuna Juvat

A fortuna ajuda os audazes! Ora aí está uma bela fórmula. Mas afinal quem é essa fortuna?
No outro dia uma conversa ando por aí a deambular e desembocou na problemática questão o que é a sorte? A minha resposta imediata e espontânea foi estar no sítio certo à hora certa, ou pelo menos, conhecer alguém que esteja e que tenha o nosso contacto! Daí que seja importante conhecer muitas pessoas!
O meu interlocutor da ocasião foi espontaneamente mais erudito e menos prático e avançou com as seguintes formulações: sorte é a conjugação de eventos propícios, a associação de acasos felizes, casualidades bem-aventuradas e, a minha preferida de todas, emanar energias positivas de modo a que elas nos tragam de volta também boas energias e qualquer coisa mais. Eu não consigo conjugar eventos propícios, nem associar acasos felizes, mas emanar energias positivas sim... e comecei logo a emanar energias, esperando com curiosidade o que é que a minha energia traria de volta ao bater-me na porta.
É engraçado nos dias que correm ainda acreditarmos em termos tão básicos e primitivos como sorte e azar! "Ter sorte" acaba por ser uma coisa tão abstracta que é muito complicado definir. Se se trata de uma coisa de energias, então deve haver uma fórmula química qualquer... By the way, eu continuo a emanar as minhas e nem porta, nem telemóvel tocaram!
Esperar ter sorte é tipo esperar pelo bom tempo, pode-se esperar o que se quiser, pois não tem influência nenhuma no que realmente vem.
Enfim, bafejem-se de boa sorte e eu espero também que não chova!

quarta-feira, junho 22, 2005


sábado, junho 04, 2005

Fotografias de regresso

Na altura da faculdade (e até em tempos mais recuados) costumava ir passar uns dias fora com os meus amigos. Era sempre, por mais rotineira que fosse, uma grande rambóia! Havia sempre um drama de um qualquer de nós a ensombrar as 'férias', ou melhor, a fazer luz para um copo na proporção inversa do seu tamanho com a quantidade de alcool que tinha. Havia sempre bandas sonoras (sim porque nós prendados como somos tocávamos e cantávamos) por nós próprios ou então as versões enfrascadas e consumíveis que a Rita gravava com o nome do nosso destino parte I e II. Lembram-se?
Pois é, nessas viagens havia sempre uma constante, as nossas trombas da fotografia de regresso. O regresso a casa e à rotina quotidiana nunca foram muito bem-vistos e era essa mesma imagem que reflectiam as nossas caras.
Um pouco mais dramática sempre foi os meus regressos de Salzburg. Até ao avião aguentava-me muito bem pois queria ser um bom exemplo para quem estava tão ou mais desperado quanto eu, mas assim que me sentava e encostava a cabeça à janela já não havia qualquer público que incomodasse o trajecto das lágrimas, que corriam tristemente pelas ondulações da minha cara. Mesmo assim há pontos de contactos entre todas estas viagens: destino - Lisboa.
Fiquei muito transtornada agora ao voltar ontem para Viena. Acusei uma tristeza que não é costume... especialmente estando a sair de Lisboa. Foi péssimo! =( com muitas lágrimas e tudo...
Comecei a pensar nos motivos que me fizeram que ficar por cá e numa série de prioridades... que se calhar são as erradas... na verdade, sei lá bem quais são as minhas prioridades! Há pessoas com muito menos do que eu e que se calhar são muito mais felizes porque têm sol, porque têm muitas pessoas de quem gostam ao pé, porque fazem coisas que gostam, porque têm alguém à sua espera quando chegam ao aeroporto ou mesmo a casa.
Conclusão: acho que já estive muito mais longe de voltar para casa.