Pérfido Lusitano

quarta-feira, março 31, 2004

Quem é que quer comer aqui?

terça-feira, março 30, 2004

Há lamas em Portugal!

No comboio da linha de Sintra encontra-se de tudo. Mas não estava preparado para isto.

Esta tarde, vinha eu de Lisboa sentadinho e a ler o meu livrinho, quando, de repente, um casal entra na estação de Massamá e senta-se ao meu lado. Como vinha absorvido pela escrita do livro que lia, em condições normais, nem olharia para os tipos. No entanto, como eles vinham em animada discussão, não tive outro remédio: a minha atenção foi violentamente capturada.

- Mas po’qu’é que tu és assim p’ra mim, pá? – dizia-lhe ela, num comovente tom de súplica.
- ‘Chupa lá, mas eu não t’admito que venhas atrás de mim, caralho! – respondeu-lhe ele sem hesitação e deslocando progressivamente o olhar da janela para a fitar.

Ouvindo estas belas e ternas palavras, a mocita agarrou-se ao braço dele, numa cena que quase roçou o comovente, não fosse o comovente ter-se desviado rapidamente...

- Deslarga-me! Foda-se!

E foi esta a resposta que a pobre rapariga obteve perante a sua desesperada aproximação.

Não gosto de me meter na vida das pessoas e por isso saí na estação a seguir.
Pronto, está bem: eu até gosto de me meter na vida das pessoas, mas é que tenho o hábito de mudar de comboio em Barcarena.
Porém, fiquei a meditar sobre a telenovelística cena de crise conjugal que tinha presenciado.
Não me restam dúvidas de que o que de mais interessante importa considerar eram as expressões do tipo. Analisemo-las, então.

“’Chupa lá”
Lá, onde? É a questão imediata e que se impõe…
E chupa o quê? Será um complemento directo de cariz sexual, ou nem por isso? Tratar-se-á de um suculento Calipo que o rapaz tem guardado algures, ou de outra coisa qualquer ainda mais misteriosa?
Adiante que se faz tarde…

Ah, e um pormenor interessante: é que, quando ele disse “’Chupa lá”, fez questão de acompanhar o início da questão com uma valente cuspidela. Foi ver os gafanhotos a saltar daquela boca mais ou menos desdentada e serem jogados ao precipício. Um verdadeiro gafanhotocídio. Arrepiante!

Por momentos pensei que estava a presenciar um estranho ritual de acasalamento, à moda dos lamas que se cospem por tudo e por nada. Mas afinal o tipo não parecia ser dos Andes, e a mensagem não era amorosa.

Mais gafanhotos foram projectados para o vazio – embora alguns se tivessem agarrado no frontispício da mocita… - quando o tipo proferiu o sentido apelo “Deslarga-me, foda-se!”.

Então? Queres ou não queres? Agora dizes um desabafo de teor sexual? Queres lá ver que realmente estou perante um lama com os tomates bem cheios, disfarçado de pessoa e a ver se acasalava com a tipa?

Procurei flautas de pan disfarçadas na sua indumentária, mas não achei vestígio.

E quanto ao “deslarga-me” em si, como já se falou neste blog (ou será blogue?), será que por ter o prefixo des- quer dizer o contrário do que vem a seguir? Bem, então o fulano queria mesmo é que ela o agarrasse.

Confirma-se: era mesmo um lama e a rebentar de tanta excitação!

quinta-feira, março 25, 2004

“Private joke” para o povo do Macau 5 C e arredores...

Não sentem saudades da amistosa e agradável companhia das nossas amigas brasileiras? Não era confortante saber que as raparigas do outro lado do Atlântico tinham uma vidinha certa e ordeira? Saíam às onze da noite, vinha uma carrinha buscá-las – como uma qualquer carrinha de um matadouro vai buscar vaquinhas às herdades… –, elas lá iam, e depois regressavam às três da manhã, muito silenciosamente.

Toda a gente sabia o que faziam – havia praticamente certezas – e admitamos que era muito melhor saber isso, do que não saber como se sustenta uma casa…

De resto, essas nossas amigas, irmãs de língua, eram calmas em praticamente tudo. Exceptuando uma ou outra confusão com um amigo qualquer que vinha cá de vez em quando “mudar o óleo”, e alguns gemidos de prazer que por vezes se ouviam pelos indiscretos respiradouros dos WCs, nada! Uma pacatez de apreciar, especialmente espantosa nas gentes descobertas por Cabral.

Só chateava o facto de haver um “amigo” delas que tinha a mania que o terreno em volta deste edifício era um parque público. Esse fulaninho teimava em estacionar o seu BMW em terreno privado e que não lhe pertencia, especialmente porque, pelo que me consta, ele nunca foi morador (efectivo) neste prédio. As suas visitas eram curtas, e quase sempre em posição horizontal – especulo eu.

E agora o que temos?!

Bem, agora temos uns vizinhos que não sabemos o que fazem na vida, muito menos como ganham dinheiro para sustentar a casinha. Se dantes toda a gente sabia que as brasileiras eram de “profissão duvidosa”, ou melhor, ninguém duvidava – toda a gente sabia qual era a profissão das mocinhas – agora não, é mistério. Barulho até às duas da manhã, e acordar sempre depois das 14 faz-me especular sobre que trabalho se conjuga com um “modus vivendi” destes.

Mas pior do que isso, é o facto de termos uns vizinhos que conseguem espantar um interessado do aparelho fonador, como é o meu caso. É que das duas, uma: ou os nossos novos amigos não falam entre si, antes gritam; ou então são surdos – mas, infelizmente, não mudos – e por isso mesmo vêm-se obrigados a falar muito alto.

Claro que falar alto às duas da tarde é uma coisa, falar – ainda hesito se diga falar ou gritar… – às duas da manhã é outra coisa completamente diferente. Para mim, é absolutamente misterioso como é que eu, que estou dois andares acima dos vizinhos em causa, consigo ouvir os fulanos a falar… Ah, e consigo ouvi-los claramente – palavrinha por palavrinha…

A juntar a este facto “decibélico” há um outro de semelhante natureza. Escusando-me a fazer comentários à selecção musical dos tipos – cada um ouve o que lhe apetece –, é de assinalar a altura a que a música é escutada – ou será gritada? Julgo ser esta a prova de que os tipos são mesmo surdos. É que só assim se explica que eu consiga estar a ouvir a musiquinha que suas excelências querem ouvir neste preciso momento, enquanto estou no sótão a escrever este desabafo.

Eminem, neste caso.

Deixa-me um pouco agastado o facto de o meu prato de almoço vibrar ao som da música que vem do vizinho… Agastado e meditativo. Quem é que consegue ouvir música – seja ela qual for – a esta altura, e durante tardes inteiras? Surdos, lá está… Os tipos que têm que sentir as vibrações da música para conseguirem apreciarem as melodias.

Conclusão, temos vizinhos surdos e – estes sim – de profissão duvidosa.

Ai que saudades das nossas amiguinhas de língua…

segunda-feira, março 22, 2004

UEFA Golden Jubilee 50 Years


Estive a dar uma vista de olhos nesta votação feita pelo Site da UEFA para escolher os 50 melhores jogadores europeus dos últimos 50 anos, de uma lista de 250. E constatei os seguintes factos. O Benfica consegue estar representado 4.0%, o Sporting representado em 1.2% e por fim, o Porto representado em 0.4% dos jogadores. Os jogadores representativos dos clubes são:
Costa Pereira (SLB);
Germano (SLB);
José Águas(SLB);
Mário Coluna (SLB);
Eusébio (SLB);
Torres(SLB);
José Augusto(SLB);
Michel Preud'Homme(SLB);
Futre (SLB/SCP/FCP); (Amor à camisola???)
Peter Schmeichel (SCP);
Rui Costa(SLB);
Luis Figo (SCP).
Os resultados vão saindo dia a dia, o que dá tempo para se discutir um pouco a influência que estes jogadores tiveram no futebol europeu, e a justiça do valor que lhes vai ser atribuído nesta votação. Temos de momento apenas o Peter Schmeichel com o 27º lugar e o Luis Figo com o 31º lugar.
É de referir de facto, e clubismos à parte, que o FC Porto acaba por só ter tido um destes jogadores mas no entanto figura com enorme destaque no palmarés internacional, poderá chamar-se a isto "boa gestão"?
É de referir também desta lista de 250 nomes os seguintes (cujos conhecemos melhor):
Franco Baresi - AC Milan;
Michel Owen - Liverpool FC;
Ryan Giggs - Manchester United;
Paolo Maldini - AC Milan;
Tony Adams - Arsenal FC;
José Camacho - Real Madrid;
Franco Baresi - AC Milan;
Berti Vogts - VFL Borussia Möchengladbach;
Roberto Bettega - Juventus FC;
Costa Pereira - SL Benfica;
Lev Yashin - FC Dinamo Moskva;
Germano SL Benfica.
Estes jogadores não só figuram na lista dos 250 melhores jogadores europeus dos últimos 50 anos como apenas representaram 1 clube na sua carreira. De louvar de facto.
PS.: Reparem nos clubes representados por grandes nomes do futebol, como Eusébio e George Best...

sábado, março 20, 2004

Força de Vontade

Sem Comentários

sexta-feira, março 19, 2004

Anedota?!

Caros amigos, entre exaltadas opiniões políticas, reflexões metalinguísticos mal interpretadas ou incompreendidas, e imagens de senhoras com apêndices mamários de gigantescas proporções e outras fotos de luxúria e desejo, eis chegado o momento da piada-fácil, da chalaça que não dá trabalho, da mítica anedota à portuguesa.

Aqui há uns dias, num livro que me ofereceram recentemente, encontrei uma graçola que contém um poder quase letal. Devo informar-vos de que não foi num livro do maravilhoso António Sala que encontrei a tal piada (embora lá coubesse perfeitamente…), porque esse tipo, desde que foi dirigente do Benfica, nunca mais foi o mesmo…

Esta é daquelas piadas que quando um tipo a lê, pensa que não a percebeu e, por isso, a lê novamente à procura de um detalhe esquecido, ou de um segundo sentido não captado na primeira leitura. Mas não. Não há mesmo mais nada a captar. Está lá tudo.

E isto é particularmente grave quando um tipo lê uma piada desta com as calças em baixo enquanto está a arrear o calhau: é que surge no ar o fedor da piada, de tão estúpida que ela é, e ficamos com a fedorenta sensação de não só estarmos a fazer merda, como também estarmos a lê-la…

É que esta é daquelas piadas que apanham uma pessoa completamente desprevenida, se a ouvimos contar na rua. Aqui fica uma sugestão: se o meu leitor ouvir alguém contar esta anedota, telefone imediatamente para o Júlio de Matos, para o piquete de emergência e comunique-lhes que fugiu mais um maluco.

Se ao ir na rua, ouvir contar esta anedota, e depois vislumbrar algumas pessoas a rir da mesma, nesse caso, deixe-se de merdas e vá-se embora do Júlio de Matos. Quem o mandou ir para lá?

Ai está de colete de forças e a enfermeira vem trazer-lhe a pica da noite?... Bem, então devia estar a rir-se…

Para melhor suportar a dor de ter sido apanhado por tão reles humor, especialmente quando estava numa situação tão delicada quanto gostosa, como é o momento de “deitar peso ao mar”, aqui fica então a anedota.

Vai uma lula numa auto-estrada, quando, de repente, passa por ela, a toda a velocidade, um pargo
Lula: Estás pargo, ou quê?
Pargo: Calula!”


Provavelmente, a pior anedota da história.

Ou então não…

quinta-feira, março 18, 2004

Uppercut de Esquerda

Quando se ouve falar de Boxe ouvem-se muitas vezes referências ao poder dos "uppercut" bem encaixados, e o poder abalador que os mesmos têm no adversário. Ora, no fim da semana passada, assistimos a uma final em Madrid entre o PP, vulgo Partido Popular, e o PSOE mais conhecido por Partido Socialista Obrero Español. Analisemos os preparativos e os métodos utilizados, no combate, por cada um dos pugilistas.

Após o terrível atentado em Madrid, achei estranho estar a ouvir, ao fim de poucas horas, o governo de José Maria Aznar apontar o dedo à ETA. O estado de choque era tão grande que ninguém pensou racionalmente sobre o assunto, nem mesmo os inúmeros e experientes comentadores políticos da actualidade.

A verdade rebentou!!! O governo com medo de perder as eleições tentou ocultar do povo espanhol as provas, mais que evidentes, noventa e nove porcento dizem, de que a Al-Qaeda era uma das responsáveis do atentado.
- E digo uma porquê?
- Já alguem pensou nos elementos mais extremistas que fazem parte da ETA?
- Será que destes elementos, nenhum deles utilizou a estrutura, por mais debilitada que fosse da ETA para ajudar a Al-Qaeda?

Perguntam-me se a ETA tinha alguma coisa a ganhar com este atentado?
Muito, apenas e só se não fosse dada como culpada. Vejam:
- O governo de Aznar, em conformidade com outros governos de seguidismo dos interesses americanos, apoiou a Guerra no Iraque.
- O governo seguiu à risca a máxima "Não negociamos com terroristas!", sem olhar às consequências (esta não me parece ser uma frase tipo de um filme do Almodovar).
- O medo generalizado do povo espanhol nem quer ouvir falar de terrorismo.
- O governo de Aznar já foi vencido.
- O governo de Zapatero já pediu a retirada das tropas espanholas de território iraquiano.
- A Al-Qaeda já pediu um cessar fogo em território espanhol.

Resumindo os terroristas acabaram por "negociar" com o governo de Zapatero. O Zapatero deu-lhes o que eles queriam, e os terroristas deram o que o Zapatero queria. Atenção, para quem só lê, e não consegue interpretar eu não estou a dizer que eles se sentaram à mesa a discutir sobre as suas divergências, ok??

Não sendo o objectivo deste texto a análise do governo espanhol, vou continuar a escrever...

Muitos espanhóis agradeceram às televisões portuguesas o facto de terem reportado de forma imparcial os acontecimentos em Espanha. E imparcial porquê? Imparcial porque o governo espanhol manipulou os meios de comunicação que se deviam entitular independentes. O partido do governo espanhol mostrou, sem dúvida, a sua falta de respeito e o grande interesse em salvaguardar, acima de tudo, os interesses políticos do seu partido.

E de repente, ao ficarem aquelas notícias de fundo em som de fundo e ao começar a pensar um pouco sobre o quão pequenos, nós, seres humanos, somos comecei a lembrar-me de Portugal, sim do nosso pequeno e indefeso Portugal (indefeso não porque temos dois !novos! submarinos, acho que para patrulhar as fronteiras!). Será que o governo não tem o mesmo poder sobre a opinião pública?

Agora respondam-me? Não foi prática comum ao haver irregularidades por parte de um ministro, ou um deputado, este se demitir tendo em conta o impedimento moral que essas situações poderiam causar no cumprimento do dever? Respondam-me também, QUEM é que votou no Paulo Portas para ser ministro da Defesa? Um homem que se diz igual aos muitos outros portugueses porque tem os impostos em dia, assim o demonstrou numa reportagem da TV ao mostrar a declaração de impostos. Alguém viu a data? Pois, se a tivessem visto, viam que essa declaração era do dia anterior e que dois dias antes era um devedor como qualquer um outro cidadão português não cumpridor.

Afinal de contas, e falando do caso moderna, alguém sabe se o Paulo Portas era acusado de alguma coisa? Era realmente inocente?

Porque é que só aparecem militantes do PS na praça pública quando se fala da Casa Pia?

Falam agora da história do referendo sobre o aborto, o Durão Barroso diz: "Mas o povo já respondeu a esse referendo, respondeu que não.". Pois é. É verdade, e agora digo eu: "Mas ouve lá ò meu grande Cabrão, tu perguntaste a alguém se queria ir para a guerra no Iraque? És uma vergonha para os portugueses, uma vergonha tão grande que vou estar a ofender o nosso tão conhecido "Emplastro" ao dizer que TU eras o emplastro que queria aparecer na televisão na Cimeira das lajes, ou digo, "Conselho de Guerra das Lajes".

O meu pai sempre foi tão socialista ferrenho e eu sempre apoiei o Partido Socialista porque o meu pai fazia o mesmo. Mas as pessoas começam a crescer e as ideias começam-se a formar e felizmente não me arrependo de ter sido conduzido por essa paixão tão grande que o meu pai tem.

Ontem durante um comentário numa qualquer estação de televisão um comentador disse:
"Antes as pessoas não conseguiam distinguir entre PS e PSD, podíamos dizer que o Centro era grande e que um estava um estava mais para o lado esquerdo e outro estava mais para o lado direito. Hoje em dia isso não acontece hoje as pessoas podem ver as opções partidárias associadas a cada um dos movimentos."

Hoje um amigo meu disse:
"Nunca liguei muito ao que cada um dos partidos defendia nem nunca soube o que exigir de cada um deles. Mas hoje infelizmente já sei o que não quero."

Caros amigos, da próxima vez que pensarem "Epá não vou votar, não me apetece!" pensem se quando tiveram oportunidade de escolher o que fazer da vida, ir ou não para a universidade, ir para este ou para aquele curso, se também deixaram o papel em branco e disseram: "Fdx... não me apetece levantar da secretária, alguém que escolha lá por mim."

Dá que pensar não dá?

Sobre calão e caralhadas

Meus caros, muita gente se espanta e se insurge contra o bom do palavrão e a bela da brejeirice. Advogam que é uma falta de respeito, uma ofensa, ou coisa parecida.

Pergunto eu: haverá algo mais louvável na nossa língua? Sim, o nosso vernáculo é, como o próprio nome indica, o que de mais verdadeiro e genuíno temos na nossa língua.

Então porquê o preconceito? Será que o palavrão não pode ser belo e deve ser sempre reprimido?

À primeira pergunta respondo que sim, o palavrão pode ser e muitas vezes é mesmo uma palavra absolutamente ilustrativa, capaz de transmitir inequivocamente uma imagem de beleza fantástica; à segunda questão, partilhando alguma das ideias de Freud – esse grande maluco –, julgo que quem não o usa, reprime sentimentos e emoções, os quais, mais tarde, vão acabar por causar problemas sérios ao indivíduo que se auto-contém constantemente, como se de um ânus apertado se tratasse e estivesse a tentar impedir a torrente quente e fedorenta de uma impiedosa diarreia.

Evitemos, pois, as diarreias, e poupemos os nossos ânus.

Atentemos ao que faz o genial autor do blog O meu pipi.
Não há dúvida de que este indivíduo usa deliberadamente uma linguagem vernácula. Será que ela choca alguém? Muito provavelmente. Mas será que essa mesma linguagem é menos ilustrativa do que a de um (dito) correcto e educado português? Julgo que não. É bem pelo contrário. Recorrendo ao palavrão, o autor consegue trazer-nos um texto sempre jocoso e excepcionalmente descritivo.

E já imaginaram o ridículo que seria um texto deste sem palavrões?

Aqui fica um pequeno exemplo. Vão comparar com o original (http://omeupipi.blogspot.com/) e depois digam-me o que acham…

“CADA VAGINA É COMO É
Ontem, caí no erro de estimular o meu órgão sexual virado para um espelho. Erro porque, a masturbações tantas, em vez de olhar para as minhas caretas, vislumbrei a minha parceira. Assustei-me e pensei: “Ó Pipi, o que é isto, pá? Então tu estás a fazer amor com esta empregada doméstica na posição canina ou ela está-te a fazer um fellatio?” Não, era mesmo uma relação sexual na posição canina. Ela tinha era cara de rabo.
Este facto fez-me levantar uma questão – e, por momentos, baixar o pénis.
Porque é que eu, Pipi, teimo em tentar sacar mulheres feias, mulheres gordas, Odete Santos, mulheres com problemas de pele, mulheres com queda de cabelo?
Reflecti sobre isto e cheguei à conclusão que é o resultado imediato de ser um curioso da arte de fazer amor. Para mim, cada vagina tem o seu encanto. Um encanto único, especial. E eu quero conhecê-lo a todas.
Normalmente, aferimos, à primeira vista qual a principal qualidade sexual da mulher: se é gira, se tem belos seios, rabo entumecido, pernas elásticas para pôr atrás das orelhas, odor agradável. Ou seja, o aspecto físico da mulher é o seu encanto. Nessas não há mistério
Mas, como disse, cada vagina tem o seu encanto próprio. Por isso, um camafeu gordo intriga-me. Partindo do princípio pipiano de que cada rapariga tem em si o potencial para ser um dínamo de erecção, onde é que o Criador terá colocado o encanto desta meretriz? O que é que o Indivíduo terá escondido no meio desta gordura toda? E, de repente, vejo-me a jogar ao “quente e frio” com Deus. Estou a ter relações anais com ela de modo grosseiro e parece que O ouço dizer “morno, Pipi, morno”. Mudo o meu pénis de vagina e já Ele me incentiva: “a aquecer, Pipi!”.
Pode ser um movimento original, um aparelho genital feminino musculado, uma capacidade de sucção alienígena. Pode ser uma amplitude inaudita, uma noção de ritmo africana, uma luxação auto-infligida que cria um novo orifício para enfiar o membro sexual. Qualquer coisa de único.
Claro que, normalmente, não é nada disto, e um clítoris proeminente é mesmo o traço mais característico da vagina em questão.
Mas vocês conhecem-me e sabem que eu sou um romântico do fazer amor. Um romântico do fazer amor que acha que em cada vagina por conhecer há uma promessa de perfeição única e misteriosa a realizar. E uma vagina apertada para desflorar, claro.”

Terá este texto o mesmo poder pictórico, a mesma capacidade de expressão, em suma, a mesma mensagem jocosa e animada que o original?

Duvido.

descrita

Gostaria de escrever algo, mas nem sei bem o quê, nem tão pouco por onde começar.
Enfim, talvez nem me preocupe com o início pois ele aconteceu umas palavras atrás.
Sem saber bem onde irei ter com este aparente discurso, continuo aqui persistentemente a debitar palavras que se vão agrupando sem acrescentar nada de novo, construindo frases sem pretensão alguma de construir um raciocínio com princípio meio e fim. Tal como num projecto de arquitectura, também o medo da folha em branco, não deve superar o acto criativo. Devemos começar, às vezes intuitivamente, as ideias surgem e, aquilo que parecia um gesto irreflectido, pode mostrar-se mais tarde um verdadeiro rasgo criativo.
Enfim, num desenho talvez seja mais fácil desenvolver uma ideia ou ir riscando até que o conjunto de formas ou manchas, nos apontem um caminho.
As palavras teimam em surgir, devo entender isto como uma interrupção no raciocínio ilógico que estava a desconstruir. Devo ter-me enganado na palavrinha, já que para descontruir é necessário saber construir, já dizia o meu professor de história de artes, sobre o desconstrutivismo russo. E eu efectivamente não sou lá muito dado à sapiência da escrita. Por isso chamemos-lhe outra qualquer coisa que não esta. Considerem-me um assassino da escrita. Qual Joaquim estripador, farei disto um modo operativo. Obedecerão então estes homicídios, a um qualquer padrão que não poderá ser aqui revelado. Fiquem atentos às minhas próximas crónicas, e encontrarão certamente um vontade ainda que reprimida de violentar este acto, que é escrever.
Escrever ou descrever, melhor dizendo. Segundo um amigo acrescento o prefixo des e obtenho o contrário ou será o contrario?! E o contrário de contrário será descontrário?
E descontrariar é ir ao encontro de?
Isto está a levar um caminho que eu certamente não compreendo, nem tão pouco me darei ao trabalho de tentar retirar daqui algum entendimento. Enfim devaneios. Não sei como acabar isto, por isso pergunto. Como é que conseguiste ler esta porra até aqui?

Joaquim Descritor.

segunda-feira, março 15, 2004

Duas palavras: ENORMES SEIOOOOOOOOOS!

segunda-feira, março 08, 2004

a elas!!!

o meu muito obrigado, simplesmente por existirem.
hoje e sempre, viva a mulher!

domingo, março 07, 2004

Um estudo linguístico

Na continuação de importantes reflexões presentes neste muito pertinente “blog”, aqui se apresenta agora um estudo linguístico.

Trata-se de algumas palavrinhas que hoje em dia têm significados muito próprios, mas que, se recuarmos no tempo na demanda das suas raízes e radicais, encontramos curiosidades bem giras.

Por exemplo, lupanar – que, para quem não sabe, significa bordel – tem na sua formação dois radicais. São eles lupa- e a terminação –ar. A terminação sugere sentidos espaciais, ou seja, sem mais significa local (especialmente periférico). Aliás, é daqui que vem área. E lupa é uma forma latina que nada tem a ver com a nossa actual lupa de ampliar, mas sim com o lupus que depois deu lobo. Ou seja, à letra, lupanar significa local (periférico) onde estão as lobas. Parece-me uma óptima metáfora, tendo em conta o seu significado.

E que dizer da palavra imbecil? Hoje significa estúpido, mas em tempos significava outra coisa. Como? Ora bem, a palavra é formada por o prefixo im-, que transmite sempre uma ideia de ausência, ou contrariedade, juntamente com o radical –becil. Ora –becil é uma forma latina da palavra original baculi, que significa pau. Assim, um imbecil, à letra, significaria aquele que não tem pau. Sugiro que respondam convenientemente da próxima vez que vos chamarem imbecil…

E agora, mais uma viagem etimológica. Cemitério, por exemplo, é composto com cemi- e –tério. A terminação significa lugar, ou espaço confinado. Já cemi-, que em latim se leria “quémi”, é uma variação da palavra coma – não de comer, mas também não do estado clínico. É que coma, em latim, significava apenas descansar, ou dormir profundamente. Assim, à letra, cemitério é o espaço onde se dorme profundamente. Um belo eufemismo, diria eu.

Então e como explicar adultério? Bem, tem a mesma terminação, logo tem algo a ver com a noção de espaço. E o adul-? Bom, recentemente descobriu-se que no Indo-europeu, língua abstracta que se pressupõe estar na origem do latim e de muitas outras línguas europeias, para se exprimir a vontade ou a acção de comer se diria ul ou al. Daí vem o nosso alimentar. O –ul- de adultério é o mesmo que está na origem de alimentar – que nada tem a ver com o al- arábico, note-se! Assim sendo, e explicando que o ad- é um prefixo latino com vários significados, entre os quais o de estado ou destino, adultério, ipsis verbis, significaria espaço (ou fase) em que se vai comendo.
Parece-me muito bem. Os tipos sabiam ser subtis…
Ah, já agora, a palavra adolescente também está relacionada com estas. Ad- é o mesmo prefixo, o –ol- diz-se “ul” e o -scente é um étimo latino que significa aquele que sabe. Logo, adolescente é aquele que sabe comer, ou ir comendo.
Bem canibalescos, os antigos.

Uma nota para a palavra escola. Se hoje o seu significado rima com angústia, contrariedades e desatinos, na sua origem estão ideias bem mais interessantes. Escola vem do grego skholé que significa descanso, repouso, ócio, liberdade. Como é que chegámos a um sentido tão diferente? Pois bem, os romanos chamaram scola aos banhos, ou seja, ao sítios onde os tipos iam descansar, tomar uma banhoca e comer umas gajas. Acontece que, com o desenrolar dos tempos, os banhos tornaram-se o local onde os filhos dos romanos eram ensinados, e foi este o sentido que se manteve até aos nossos dias.
Eu preferia o original, mas enfim.

Por fim, algo que todo o homem deve saber:
Quando um tipo das obras diz para uma loiraça que lhe passa ao lado e de mini-saia: “ó boa, enfiava-te o pincel todo”, nem imagina que pénis e pincel têm, na verdade, a mesma origem e que a significação de ambas as palavras já foi idêntica. Pénis, ou pes (forma indo-europeia) era o termo usado para designar a cauda dos quadrúpedes. Ora, era dos pêlos das caudas destes animais que os antigos faziam pincéis. E que nome davam aos pincéis? Pois, nem é preciso dizer, pois não?
Posto isto, que dizer de um comentário porco do Sexy Hot do tipo: “Vou pintar-te a cara toda…” No mínimo, revela uma grande erudição, ou uma profunda e penetrante investigação etimológica.

Ou então não…

E assim, esta frase fará agora todo o sentido:

Num lupanar não convém ficar imbecil, muito menos fazer actividades próprias de um cemitério. Há que ser adolescente, pintar e limpar o pincel muito bem antes de recolher à nossa escola…

Que tal?

sexta-feira, março 05, 2004

The Office



Para todos os devotos espectadores de premiada série da BBC "The Office", agora temos um jogo bem britânico disponível on line:

http://www.panlogic.net/rescue

É do melhor!

Have fun!

la palissada!

«Não te deixes dominar pelo medo.
A maior parte das coisas que tememos nunca acontecem.»
mais uma daquelas ditas verdades da vida supostamente proferidas com o intuito de nos ajudar no dia a dia.
vejamos então! se realmente não acontecerem na sua maioria as coisas que nós tememos, temamos de forma a que elas não cheguem a vias de facto.
se temeres algo, as hipóteses de isso não chegar a acontecer serão maiores.

Direito de página

Nos termos da lei, o espaço que se segue é da exclusiva responsabilidade do interveniente.

“Caros colaboradores do Pérfido Lusitano

Pelos comentários e pelas mais recentes crónicas, sou levado a concluir que as minhas correcções estão a ser mal recebidas. Só posso ficar triste com essa atitude agressiva e, no fundo, preconceituosa.
Ainda que a acção de ser corrigido possa ser encarada com embaraço ou vergonha, tal não deve acontecer, especialmente por vós, fieis devotos desta causa que é a escrita, infelizmente, hoje em dia tão mal tratada e condenada quase ao caos.
Considero-vos a todos, sem excepção, excelentes contadores de histórias, ou pelo menos pensadores sobre o sentido da vida e do mundo. Os vossos textos, dignos relatos do vosso existir, críticas ao mundo que vos rodeia, ou mesmo só graçolas e chalaças, são, primeiramente, um esforço em prol da vossa expressão escrita e falada – porque quando se escreve, fala-se sempre para dentro – e, consequentemente, devem ser encarados como verdadeiras batalhas em defesa da nossa língua.

Toda e qualquer correcção que sugiro – e sugerir aqui é a palavra própria, uma vez que ninguém é penalizado pelo erro, muito menos tenho a presunção de exigir uma correcção – mais não é do que um incentivo à melhoria da vossa expressão, da nossa expressão, em última análise, da preservação da língua de todos nós. Por isso mesmo, peço-vos que interpretem as minhas sugestões não como uma prova de arrogância, nem como um sinal de desdém. Tal não é, absolutamente, o caso.

No entanto, acontece que todos nós, enquanto cronistas do Pérfido Lusitano e também nos textos que escrevemos no nosso quotidiano, estamos subjugados a um sistema fixo, rígido e normativo. A grafia, ao contrário da oralidade, tem regras estabelecidas e bem definidas. Aliás, para quem não sabe, aqui fica um esclarecimento: a ortografia e a metalinguagem estão legisladas, ou seja, os termos do português europeu estão consagrados e definidos pela lei. Por isso, se quisermos ser cegamente objectivos, quando se comete um erro ortográfico, infringe-se uma lei, a lei da ortografia portuguesa.

No entanto, a minha posição não é a de um advogado da lei portuguesa, mas sim a de um defensor da nossa língua, como já referi. E, uma vez que acredito que o português é feito por todos nós (falantes nativos) sem excepção, tomei como missão preservá-lo de defendê-lo de realizações anómalas, motivadas quer por desconhecimento, quer pela simples falta de atenção.

Em suma, cada correcção que sugiro deve ser entendida como uma chamada de atenção para um desvio que perturba a comunicação, por um lado, e que, por outro, agride a gramática portuguesa. Se na maior parte das vezes, os desvios que detecto serão causados por lapsos, estarei, no entanto, sempre disponível para esclarecer qualquer dúvida que as minhas sugestões possam fazer realçar – e até agradeço que mo peçam!

Se todos escrevermos melhor, conseguiremos atingir uma melhor expressão das nossas ideias, e elas serão melhor transmitidas e percebidas. Logo, comunicar com mais correcção é comunicar com maior eficácia, com maior precisão, numa palavra: melhor.

Esta é a minha luta.

Professor Karamba”

conversa de doidos

Já todos um dia falámos sozinhos não?
Bom talvez nem todos, uns mais loucos que outros.
Dou-me ao trabalho de escrever estas linhas, quem sabe para não ficar para aqui a falar com as paredes, até porque gatês não é ainda uma língua que eu tenha aprendido, nem com a insistência deste gato que bem se esforça em fazer-se entender. Entendo apenas pelos seus miaus, que há falta de comida na taça ou que da sua liberdade, se vê o mesmo privado. Subentendo ainda, que o animal se limita a comunicar por não conseguir efectuar tarefas como o simples preparo da sua refeição ou como o simples abrir de uma janela. Caso isso viesse a acontecer também ele terminaria a sua comunicação verbal limitando-se apenas ao sonoro ronron, substituindo um obrigado aquando do momento das festas no pêlo.
Se o gato como nós se limita a expressar uma onomatopeia quando está feliz, pergunto eu, para quê falar? Andaremos todos infelizes?
Para quê perder tempo verbalizar palavras? Poderíamos todos viver momentos de puro prazer como o gato. Retiramos todos daqui uma conclusão, neste momento eu não estou a viver um momento desses. Como naquele anúncio, cuja marca não me lembro ( ou será não lembro-me?), em que a sra. se encontra sentada num banco de jardim sem que nada ou ninguém a afecte, limita-se a mesma a proferir um hum!! aqui e outro mais adiante, isto tudo em escassos segundos, nos quais a mensagem, compre este iogurte, que vai ter imenso prazer, nos é transmitida sem que ninguém nos diga nada.
Se estivermos a falar de sexo, em principio não estaremos a fazê-lo, mais um indício de que falar poderá não ser a melhor opção. Ainda hoje em conversa com o meu amigo Pedro, constatámos que até no próprio acto, falar poderá não ser propriamente sinónimo de prazer. De notar que mesmo quando se proferem palavras nesse contexto, a linguagem acaba por adquirir uma vida muito própria, chegando mesmo a não ser minimamente entendida fora do ritual, ou até mesmo nalguns casos, aceite.
Pior que isso será a verbalização de certas palavras de forma a manifestar este ou aquele sentimento (há quem chegue mesmo a acreditar nelas).
No ar paira a dúvida, será mesmo uma simples onomatopeia reflexo de puro prazer? Vejamos que mesmo a dita do anúncio, não está nem ai para os iogurtes, até porque deve ter comido uns quantos, até a cena ficar pronta.
Limitemo-nos todos a falar quando realmente temos alguma coisa a dizer, de preferência passemos todos então a onomatopeisar (será que isto existe? Lá vem o tal do karamba.).
Hum! não sei se isto fará algum sentido, mas enfim eu devo ser mesmo louco, fica explicado, nos diálogos que tento manter com o gato, ou ainda pelo facto de escrever sozinho, fazendo perguntas (diz que são de retórica) para em seguida as responder. Isto é escrever sozinho, à moda do nosso professor (o dos livros, da TVi, sabem qual é, não?).
Isto ainda vai provocar zumzum!
Concluir esta peça, é perguntar, e esta hã?

aos profs. que andem aí!!

«Papos

- Me disseram...
- Disseram-me.
- Hein?
- O correcto é "disseram-me". Não "me disseram".
- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"?
- O "te" e o "você" não combinam.
- Lhe digo?
- Também não. O que você ia me dizer?
- Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
- Partir-te a cara.
- Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. ou corrigir-me.
- É para seu bem.
- Dispenso suas correcções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correcção e eu...
- O quê?
- O mato.
- Que mato?
- Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
- Eu só estava querendo...
- Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo é elitismo!
- Se você prefere falar errado...
- Falo como todo o mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
- No caso... não sei.
- Ah, não sabe? Não sabes? Sabes-lo não?
- Esquece.
- Não. Como "esquece"? Você prefere falar errado? E o certo é "esquece" ou "esqueça"? Ilumine-me. Me diga. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes-o.
- Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
- Agradeço-lhe a permissão para falar errado que me dás. Mas não posso mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
- Por quê?
- Porque, com todo este papo, esqueci-lo.»

Luis Fernando Verissimo

quinta-feira, março 04, 2004

Euro 2004






Cuidado com os Hooligans HOLANDESES...






quarta-feira, março 03, 2004

Como se representa o algarismo 7

Recebi um mail de uma amiga que me ajudou a compreender porque razão algumas pessoas escrevem o algarismo 7 com um tracinho no meio. De facto, a explicação é bíblica, embora, provavelmente apócrifa...

Ou então não...

Seja como for, aqui vai ela:

Naquele tempo, Moisés esforçava-se por espalhar os mandamentos que o Senhor lhe havia comunicado. Numa ocasião, a multidão estava reunida no sopé do Monte Horeb para aprender os 10 mandamentos divinos, enquanto Moisés se esforçava por fazer chegar a sua voz a todos que o tentavam ouvir.
Ao chegar ao sétimo mandamento, disse em alto e bom som:
- Não cobiçarás a mulher do próximo!

A multidão, até então atenta e prostrada perante o eloquente servo de Deus, começou a cochichar entre si. Moisés, estranhando o burburinho, fez uma pausa na enumeração dos mandamentos e inquiriu que se passava. Instantaneamente, toda a multidão gritou num sonoro coro:
- Corta o sete, corta o sete!

A partir de hoje, eu vou cortar o sete e sugiro que todos façamos o mesmo. Vamos animar este planeta! Vamos acender o rastilho da rambóia sexual e de libidinosos jogos sodómicos! Proponho que risquemos todos o 7 que comecemos hoje mesmo a recuperar o tempo perdido.

Este será o mandamento 7, alínea a) do código Spiffeano.

Quem me apoia?

segunda-feira, março 01, 2004







Ausência




Ausência é viver a vida
Longe de nós... É lembrar
Com a alma adormecida
Pra não sofrer, se acordar.

Ser amado e ser ausente
Pode lá ser?! Pois há quem
Sendo amado e amando tente
A distância, o mar, o além?

É como andar degredado
Longe da própria ventura,
Ser ausente e ser amado...

É tomar nas mãos a dor,
Transformá-la em formosura,
Tornar o Amor mais Amor...

Augusto Casimiro